O carcinoma epidermóide (CEC) também é chamado de carcinoma espinhoso. Trata-se de um câncer de pele que se origina da célula chamada queratinócito, que está localizada na epiderme, a camada mais superficial da pele.
A doença é o segundo tipo mais frequente de câncer de pele. Costuma acometer com maior frequência as pessoas de pele clara e acima dos 60 anos de idade.
Fatores de Risco
Um fator bastante estudado e validado mundialmente como a principal causa dos tumores cutâneos (melanoma e não-melanoma) é a radiação solar. Os raios ultravioletas (UVA e UVB) são carcinogênicos. Isto é, eles podem levar à transformações malignas dos queratinócitos (cientificamente conhecidas como mutações genéticas), quando expostos à luz solar.
Entre os principais fatores de risco, estão:
- Indivíduos de pele clara.
- Idade acima de 60 anos.
- Exposição crônica ao sol.
- Imunossupressão (doenças e medicações imunossupressoras), principalmente em pacientes transplantados.
- Síndromes genéticas familiares associadas à fotossensibilidade ou ao defeito de reparo do DNA.
- Exposição a radiações ionizantes (no passado, raio-x, tomografia, radioterapia etc.).
- Exposição a substâncias químicas como arsênico, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, nitrosaminas e agentes alquilantes.
- Exposição ao tabaco (tumor de boca e lábio).
- Infecções pelo HPV (sigla inglesa para “papiloma vírus humano”) – tumores genitais e anais.
- Áreas de inflamação crônica da pele.
- Cicatrizes antigas por queimadura.
Manifestações Clínicas
Em geral, indivíduos com pele danificada por exposição crônica ao sol apresentam lesão, única ou múltipla, precursora (pré-maligna) do carcinoma epidermóide. Ela é chamada de queratose actínica (QA).
A QA pode regredir espontaneamente, persistir na pele sem alteração ou evoluir para um câncer em até 20% dos casos. A evolução de uma queratose actínica para o câncer é um processo lento e gradual. Pode levar de 10 a 20 anos.
O Dermatologista, através de um exame clínico minucioso associado a dermatoscopia, pode avaliar se a lesão apresenta sinais suspeitos ou se já se trata de um câncer invasivo. Caso isso aconteça, ele indicará uma biópsia de pele para confirmar o diagnóstico.
De forma geral, a lesão que é suspeita de ser um câncer apresenta crescimento mais rápido. Elas também podem formar feridas que não cicatrizam, infiltradas a planos profundos.
A biópsia da pele serve não somente para confirmar o diagnóstico, mas também traz informações adicionais sobre o subtipo histológico do câncer. Isso ajuda a quantificar a agressividade do tumor.
Quando o carcinoma epidermóide é diagnosticado na fase inicial do tumor, e tratado adequadamente, a cura é possível. Contudo, estes tumores também podem recidivar e serem localmente destrutivos. No caso de metástases (disseminação do tumor para outros órgãos), as chances de óbito são ainda maiores.
Tratamento
A Cirurgia Micrográfica de Mohs é a modalidade terapêutica preferencial. Especialmente naqueles tumores de alto risco, localizados em áreas nobres do corpo, como no rosto e genitália, bem como aqueles que apresentam subtipos histológicos agressivos. A Cirurgia Micrográfica de Mohs oferece maiores taxas de cura e, portanto, menores taxas de recidivas, quando comparados a cirurgia convencional. Além de preservar tecido sadio peritumoral.
Todo paciente diagnosticado com carcinoma epidermóide de pele deve ser adequadamente estadiado e investigado. Algumas situações em tumores avançados podem envolver a necessidade de complementação da cirurgia com pesquisa do linfonodo sentinela, linfadenectomia e, ou, com radioterapia, dentre outros.